Originado da palavra inglesa “ableism“, capacitismo é um termo relativamente recente no nosso vocabulário, mas seu significado está presente na sociedade desde os períodos da Grécia antiga, referindo-se a descriminação da pessoa com deficiência, englobando desde o preconceito escancarado, até simples termos que usamos no nosso dia a dia. Na Grécia antiga, como mencionado, a adoração a perfeição e a beleza passou a integrar a cultura humana, o problema disso é o que a sociedade tem como visão de perfeição e beleza, naquela sociedade específica, que serviu de base para boa parte da cultura ocidental, crianças tidas como “defeituosas” era sentenciadas a morte por não poderem cumprir com as expectativas de perfeição. Na modernidade, podemos dizer que somos mais civilizados do que isso, mas infelizmente a descriminação de pessoas com deficiência continua a fazer parte de nossa cultura, porém avanços recentes nos permitem acreditar na existência de um futuro mais inclusivo em nossa sociedade.

Assim como o racismo ou a homofobia, o capacitismo é um preconceito estrutural, ou seja, está enraizado em quase todas as práticas do nosso cotidiano, o principal exemplo disso são simples frases ou expressões que tem significados problemáticos, termos como “retardado”, “aleijado” ou expressões como “fingir demência”, “que mancada”, são tão comuns em nosso vocabulário que não paramos para refletir seus reais significados. De maneira geral essas expressões ressaltam a visão inferiorizada que nossa cultura tem de pessoas com deficiência, reafirmando estereótipos de que essas pessoas são de alguma forma incapazes ou inferiores aos considerados “normais”. A primeira vista pode parecer o já institucionalizado “mimimi” mas o resultado dessa forma de pensar é visível, basta refletir quantas pessoas com deficiência englobam seu ciclo social ou em seu local de trabalho, o capacitismo é uma forma de segregar essas pessoas e inferiorizá-las diante de uma sociedade que em muitos momentos parece se importar com elas, mas na realidade enfatiza esses estereótipos de maneira mascarada.

O influencer digital e estudante, Ivan Baron, de 23 anos, que tem paralisia cerebral, debate em suas redes sociais, de forma bem humorada, questões sobre o capacitismo, algo ressaltado em um de seus vídeos, por exemplo, é o hábito de se referir a pessoas com deficiência como “especiais”, ele afirma, “Posso ser especial, mas não pela minha paralisia, e sim pelas minhas atitudes”. O trabalho de Ivan é muito importante para a causa, não apenas por debater o assunto, mas também por algo que é primordial para qualquer luta social, a representatividade.

Todos conhecemos a máxima, “quem não é visto não é lembrado”, isso também vale quando falamos em combater qualquer tipo de preconceito, Ivan é um bom exemplo disso, ele começou a se engajar pela causa após conhecer o trabalho da escritora Lau Patrón, conhecida por seus trabalhos retratando a experiência de ser mãe de uma criança com deficiência, e da mesma forma como Patrón inspirou Ivan, ele inspira mais pessoas a se engajarem pela causa e combaterem hábitos preconceituosos em busca de uma sociedade mais inclusiva. Obviamente não é uma batalha fácil, combater um preconceito estrutural demanda modificar toda uma cultura social, mas toda batalha tem que começar de uma maneira e a melhor forma é com informação, sendo assim a Longevitech achou importante abordar esse tema, em busca de um mundo mais respeitoso e inclusivo para todos.

Bibliografia:

https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2021-09/capacitismo-expressoes-sao-discriminatorias-com-quem-tem-deficiencia

https://www.infoescola.com/sociologia/capacitismo/

https://simaigualdaderacial.com.br/site/voce-sabe-o-que-e-capacitismo-aprenda-porque-nao-devemos-usar-termos-capacitistas/

https://www.em.com.br/app/noticia/diversidade/2022/07/22/noticia-diversidade,1381978/ivan-baron-veja-quem-e-o-influenciador-da-inclusao.shtml

https://cultura.uol.com.br/noticias/49615_conheca-ivan-baron-influencer-que-usa-a-educacao-e-o-humor-para-desconstruir-o-capacitismo.html

https://gauchazh.clicrbs.com.br/donna/noticia/2018/10/mae-de-menino-com-deficiencia-lau-patron-dribla-preconceitos-e-valoriza-cada-pequena-vitoria-cjpiml8nx004tt0cnux7fm2br.html